domingo, 28 de março de 2010

Super Hiper Mini Mercadinho Lava Pés

Hoje fui "intimado" a acompanhar minha tia ao Supermercado, ajudá-la nas compras e de quebra ficar na quilomêtrica fila para pegar o almoço. Chegando lá, vejo que já não é um sistema de fila mas sim de senhas. Sem grande problemas vou pegar a simpática senha, número 295, olho para o placar, 223. Guardei-a no bolso direito - "Ah, deve passar rapidinho..."

Eu e minha tia continuamos as compras, percorremos todo o supermercado, vira e mexe eu dava uma olhada no placar, 234, 245... nada de passar os malditos números. Quando, após quase uma hora e meia de compras, ela pediu o celular, tirei o do bolso e entreguei, continuei a pegar as maçãs. Quando por alguma razão, decido conferir a senha em meu bolso (calças com muitos bolsos sempre me levam ao desespero) - "Bom, nesse não tá, nesse também não, aqui? Não." - O desespero toma conta, (vide post 13/03). Por fim, chego a amarga conclusão de que a senha deve ter caindo quando tirei o celular do bolso, é a única explicação.

Para não causar pânico desnecessário, digo a minha tia que preciso ver um "negocinho" e saio pelo supermercado olhando para o chão, refazendo o caminho que tinha me levado até as maçãs.
Chego em frente aos chilenos, era lá, o lugar onde eu tinha tirado do bolso o telefone, e por sorte vejo um papel todo amassadinho, uma bolinha. Pensei comigo - "Ufa, eu e minha maldita mania de dobrar/rasgar papel sem perceber". Pego o papelzinho e começo a desembrulhar - o quê senha 263?

Coloco a mão no bolso direito e eis que encontrou a minha senha, 295, comparo as duas em busca de algum sinal diferente, mas nada, elas são exatamente iguais. Opa, dia de sorte grande, agora só preciso encontrar minha tia pra descobrir o que ela e todos lá em casa querem almoçar. Mas como nada é perfeito, minha tia sumiu, provavelmente se teletransportou pra outra dimensão, e só uma velhinha poderia trazê-la de volta, como viria a descobrir.

Saio em busca de minha tia, passando rapidamente pelos corredores do gigantesco supermercado, o tempo corria rapidamente pois o número estava bem próximo ao 265 embora, imensamente distante do 295. Ainda buscando minha tia, um chapéu me chama a atenção - "Minha tia não tá de chapéu..." - penso comigo mesmo. Viro uma, duas, fileiras, e o chapéu me chama a atenção novamente - "Cérebro burro! Procura a minha tia!"- Mas não, por mais 2 vezes eu encotrei esse chapéu enquanto, desesperadamente, procurava a mãe dos meus primos!

Então foi que me ocorre, "cara, isso não pode ser coincidência, vai atrás dela."
Meu eu cético responde, "deixa de ser maluco, é uma pessoa de chapéu!".
"Vai atrás dela, você acabou de achar uma senha toda amassada no chão e agora acha que uma velhinha não vai te levar a sua tia?"
"Hum, tô aqui fazendo nada...porque não?" - E fui.

Persigo sorrateiramente a velhinha de chapéu, então, após rodar um pouco, ela entra na seção de verduras e quem aparece exatamente na minha frente? Exatamente, me olha assustada e diz "porque você sumiu? Tava te procurando." Eu simplesmente respondo, que estava dando uma volta por ai, olha o que eu achei tia! - E mostro a senha.

Chegamos no balcão que marcava o número 264, chegamos atrasados por pouco. Violentamente instigado por minha tia, dou uma de João Sem Braço e ataquei a atendente, ela se sensibilizou com a minha história sobre atrasos, relógios quebrados, uma perna manca e criancinha na Somália e aceitou a senha ultrapassada.

Assim, voltamos pra casa felizes e a tempo para um almoço normal!
Bom, esse post é dedicado às pequenas coincidência que fazem nossas vidas serem um pouquinho mais divertidas e interessantes.


domingo, 14 de março de 2010

Meu Fogão Novo...

O brilhante escritor Douglas Adams, em seu quarto livro da sério o Guia do Mochileiro da Galáxia, coloca um personagem indignado com fato de uma caixinha de palitos ter de vir com instruções de uso, que no caso era a seguinte:

"Segure o palito no centro. Umedeça a extremidade pontiaguda na boca. Insira entre os dentes, a extremidade afiada próxima à gengiva. Movimente suavemente de dentro para fora."

O dito personagem tem um colapso e acaba por colocar todo o mundo num hospício, de uma forma bem simples, mas não tão fácil de explicar. - Para os alunos mais aplicados, que desejam se aprofundar no assunto: Até Mais e Obrigado Pelos Peixes. Douglas Adams.

Indo direto ao assunto:

Finalmente comprei um fogão, fiquei imensamente feliz quando ele chegou, pois finalmente me verei livre da minha dieta super saudável que levei por um semestre inteiro: leite, banana e ocasionalmente um pãozinho na chapa.

Tudo bem, peguei o fogão, arrastei para o elevador, depois arrastei pelo corredor e finalmente, as últimas marcas de seus pezinhos ficaram no caminho da sala que leva à cozinha. Posto em seu lugar, como fui avisado, milhares de vezes por pessoas preocupadas com minha integridade física, procurei pelo manual, que estava dentro de seu "forno". Não que se possa chamar aquilo de forno.

Então que começo a ler, nada de mais, apenas um forno comum, até que em determinada parte, o escritor do manual se superou:

1. Se o botão não for pressionado, o forno não acenderá.

2. E caso solte o botão antes do tempo, a chama se apagará.

3. Retire este folheto antes de usar o forno e guarde para futura referência.

Percebeu algo de incomum? Desnecessário talvez? Afinal, será que o mundo está ficando mais burro? Ao ponto das pessoas precisarem de uma instrução pra tirar um pedaço de papel do forno antes de usar? Uma civilização que precise de tais instruções não pode ser chamada de civilização, já dizia o próprio Adams.

Não sei, quem sabe seja eu que esteja ficando velho ou chato. Talvez os dois, e um pouquinho ranzinza também.

sábado, 13 de março de 2010

Um Dia Peculiar

Artigo Primeiro: Acredite em Prazos.
Parágrafo Único: Salvo quando a pessoa obrigada não pode ser penalizada por seu descumprimento.

Por exemplo, vejamos o que acontece com o advogado que perde o prazo para determinado ato. Bom, ele simplesmente está fodido. O que nossos ilustres colegas diriam: "O Direito não socorre a quem dorme". Agora, o que acontece com o juiz que perde o prazo? Nulidade do ato? Ele é preso? Seus bens são confiscados? Não, apenas realiza o ato no tempo em que lhe for possível.

Mas mesmo assim, peço desculpas por dizer que postaria no dia seguinte. Afinal, direito e moral são próximos, mas não se confundem.

Voltando ao mundo real.

Tudo aconteceu num belo dia de sol no Rio de Janeiro. Estava no Aeroporto Galeão, correndo para fazer o check-in, quando coloco minha mão no bolso - "ué, cadê minha carteira?". Ai que começa aquele desespero clássico, em que você tem certeza que pessoa está sendo atacada por formigas, mas na verdade está procurando desesperadamente por alguma coisa em sua roupa.

Após alguns segundos de frustração, certos pensamentos vieram à minha mente: "hum, cadê meu caderno, meu Código Penal?". Então que me ocorre o pânico, no centro do aeroporto, tive a lembrança perfeita, entendi tudo que aconteceu.

Lembro-me de ver o ônibus chegar, de me despedir de minha namorada, de sentar no banco e de jogar minhas coisas, que incluíam o caderno, o Código e minha carteira, no banco do lado e dormi. Acordo com o ônibus parado já no aeroporto, com as últimas pessoas descendo, em completo desespero, pego minha mochila e saio. Pronto, lá ficaram minhas coisas, em um circular em pleno Rio de Janeiro.

O que eu faço agora? Minha primeira intenção foi de pegar a arma do segurança e me matar. Que pessoa que esquece seus documentos em um circular precisando deles pra embarcar em menos de uma hora!? Mas a falta dos documentos me remeteu ao meu plano de vida B, caso tudo dê errado: ir para o Sana e viver de fazer pulseirinhas hippies, o que foi suficiente para conter o impulso de ficar mundialmente conhecido ao esparramar minha massa cefálica pelo salão de embarque do Galeão.

Após ligar para todos os números da 1001, conversar com todas as pessoas possíveis de me ajudar e ter implorado para todas e quaisquer forças que regem o universo me tirassem dessa (enquanto minha mãe cantava fervorosamente mantras (?)e meu pai com certeza pensava "o que eu coloquei no mundo?"), descobri que o tal ônibus que eu tinha pego, já tinha passado pela "garragem", onde são recolhidos os objetos esquecidos, e que nada fora encontrado e já estava novamente em circulação. Foi um choque. É só isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte, alguém cantava em minha mente.

Então que me dirigi ao ponto de ônibus, no qual tinha descido, penalizando-me pela terrível falta de cuidado. Vi diversos ônibus iguais ao que eu tinha pego e fiquei imaginado meus documentos tão preciosos viajando com eles sem rumo por essa cidade de aproximadamente 6 milhões de habitantes.

Vendo os ônibus pararem no ponto, pensei "por que não?". O primeiro parou mas eu não consegui me mexer, talvez por receio do motorista rir da minha cara quando eu dissesse sobre minha situação, isso ocorreu com o segundo também. Mas no terceiro pensei "foda-se" e me dirigi ao motorista:
- Senhor? Posso entrar, eu esqueci algumas coisas num ônibus e gostaria de dar uma olhada.
Ele me olhou com uma cara de "puta que pariu" e falou:
- Que coisas que são?
Nesse momento meu coração disparou e senti uma pontinha de esperança no fundo de minha alma.
-Ah, é um caderno, um livro vermelho e uma cart...
-Puta que pariu! Você esqueceu tudo aqui no ônibus, eu guardei ! Como que você faz um negócio desse? - me respondeu bravo enquanto tirava minhas coisas de algum lugar do atrás do banco dele.
Em total perplexidade, sem tomar mais conhecimento do que ele fala, subi os 3 degraus e peguei minhas coisas.
-Obrigado, muito obrigado, você me salvou. - por um segundo quis dar meus 20 reais para ele, mas eles seriam extremamente necessários para chegar em casa.

Ao voltar para o aeroporto, onde meus pais se encontravam. Vendo o Código, o caderno e a carteira em minhas mãos, e pós eu contar a história meu pai disse:
-Já pensou em jogar na Mega-Sena?

E assim voltei pra São Paulo, para mais algumas semanas de aula, já marcando minha próxima ida para o Rio. Pensando em quão improvável foi isso, uma carteira viajando em ônibus qualquer, com milhares de pessoas entrando e descendo, e eu ter escolhido exatamente o certo. Quem sabe não foram os tais mantras da mamãe.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O Ônibus

Hoje irei transcrever um crônica que escrevi durante o dia. Não liguem para o fato de estar na terceira pessoa, era obrigatório. Na próxima postagem eu vou contar sobre uma certa afinidade minha em pegar o mesmo ônibus duas vezes.
Lá vai.

Obs: todos os fatos narrados na crônica são verdadeiros e aconteceram exatamente hoje. Tendo início às 13h20, quando resolvi sair de casa.

Ronaldo é um cara novo na cidade. Vindo do interio do estado, acostumado à boa vida da cidade pequena. Ele precisava ir pra o seu curso e só sabe que para tal deve pegar o ônibus 357, que por acaso, passa próximo a sua casa.

Então, querendo chegar cedo na aula, sai com antecedência e vai para o ponto de ônibus. Pra variar, todos os ônibus passam, menos o seu. Até que após muito esperar o seu chega, porém, há algo de estranho, vem com letras garrafais 357- RODOVIÁRIA.

Ronaldo pensa, "mas é o 357. Nada pode dar errado" - e entra. Ainda um pouco temeroso, pergunta à cobradora se o ônibus vai para a PUC I e a resposta é afirmativa. Ele senta-se conformado, abre sua revista e tem um lâmpejo. "Esse ônibus vai passar pela rodoviária (é longe pra derelho), vai demorar pora cacete!".

Para ter certeza, Ronaldo tenta manter contado com a cobradora que está entretida demais em lixar suas unhas, mas de modo não verbal, dá a entender que sim, o ônibus vai demorar muito, ou seja, pra cacete. Nisso, ele volta para o seu banco, abre a carteira e observa: tem dinheiro pra mais duas passagens - resolve descer e pegar outro.

Ronaldo se dirige, em meio a multidão caótica do centro, até outro ponto, onde ele sabe que o ônibus certo passa. Após chegar, impaciente com o atraso, olha diversas vezes para seu relógio, mas nada do ônibus passar, nada do 357.

Jurando a si mesmo que se o ônibus não passar em até 5 minutos ele vai voltar para a casa, eis que o mal falado 357 aparece. Feliz, Ronaldo acena vigorosamente para o ônibus que para, ele entra com um ar de dever cumprido.

Logo ao entrar ele escuta alguém falar: "Ei, tamb´me vai chegar atrasado na prática?". E assustado, olha para a voz, reconhece sua colega. "Mas o que ela estaria fazendo aquela hora tão longe da aula?"

Conversa vai, conversa vem... Ronaldo descobre que sua colega pegou o dito ônibus na rodoviária. Então que ele percebe tudo. Olha o motorista, olha a cobradora mal humorada, a garrafa de café vermelha no banco da frente. Ronaldo assustado pensa: "Eu já vi tudo isso!"

Então supreso, percebe que acabou por pegar o mesmo ônbius que tinha pego anteriormente.

Moral da história:
Andar com dinherio demais na carteira é perigoso.

terça-feira, 9 de março de 2010

Ah...o Direito

O que é Direito?

Assim começa todo curso de Direito. E para os novatos, é bom saber que assim permanecerá até o fim do curso, e ao meu ver, até o momento que você enlouquecer e chutar o Direito para longe da sua vida.

A resposta você saberá, espero, embora, não haja uma, por isso digo que nunca te abandonará. Não é a pergunta, mas sim o contexto. Pra mim, vou ser sincero, foi um choque e até mesmo uma certa repulsa ao Direito, pois não há um porto seguro, não há uma verdade absoluta, não há nada a que você possa se afirmar e ali dizer que tem toda a razão.

Que inveja que eu tinha das pessoas que optaram pelas áreas exatas, a eles só caberiam estudar o mundo fático, onde tudo está predeteminado, e através da matemática, desvendar os mistérios do Universo e prever os acontecimentos. Meu sonho desde pequeno.

O mundo é perfeito, cada consequência tem uma causa e graças ao método científico podemos descobrir o que é o que, e como as coisas funcionam... existe coisa mais bonita? Existe outra missão para o homem do que desvendar os mistérios que o cercam?

Há algum tempo descobri que sim, o que era repulsa se tornou em admiração. O homem é imprevisível, não há verdade quando se trata do homem. Não há verdade quando se fala em valores, em princípios. Não há unanimidade quando se fala dos sentimentos, dos pensamentos, dos ideais de um homem. Não há consenso quando se fala em justiça, em liberdade, em dor, em dignidade da pessoa humana, mas a final, o que é a dignidade da pessoa humana??

O Direito é lindo por isso. Nada é pacífico, tudo é discussão, tudo é briga, tudo é dúbio...
Cansei de escrever,
por hoje é só pessoal.

segunda-feira, 8 de março de 2010

O Início

Bom...

Finalmente criei esse negócio aqui, muito provavelmente, já o terei abandonado-o quando você tiver o prazer de ler esse post. Mas tudo bem, tá valendo enquanto durar.

Meu objetivo aqui é escrever e escrever, só pra exercitar mesmo, e se por acaso você gostar, ou por acaso, observar algum erro de português, me avise, é exatamente por isso que eu estou aqui.
Vou escrever sobre a minha vida, sobre as coisas que vejo e penso....algo mais narcisista?

Por hoje é só pessoal.
Vamos ver o que sai amanhã!